Há Dias de Azar...



Existe uma diferença abismal entre admirar Quentin Tarantino e imitá-lo. Admirar, qualquer um o faz, até eu. Imitar já é mais difícil. Imitar bem é ainda mais difícil.

E é inegável: "Há Dias de Azar..." respira Tarantino por todos os poros, e as influências do realizador, sobretudo ao nível do argumento, são evidentes. Mas apenas ele teria a capacidade de tornar esta incursão pelo mundo do crime na obra-prima a que o seu portentoso argumento aspirava.
Uma vez que não é Tarantino quem realiza, mas o escocês Paul McGuigan , responsável pelo interessante "Push- Os Poderosos" (crítica aqui), "Há Dias de Azar..." vê o seu voo até à genialidade a ser abruptamente cancelado, já que McGuigan pouco mais é do que um mero tarefeiro, pouco incompetente sem dúvida, mas infinitamente limitado. E é claramente essa a sensação que fica no final do filme: a de desperdício, graças aos limites impostos ao argumento e até ao elenco, por este realizador.

Evidentemente, e conforme é já perceptível, o argumento é verdadeiramente portentoso. Quer ao nível de diálogos, cuja elegância exibirei no final desta análise, quer ao nível de personagens, quer até mesmo no que ao desenvolvimento da história, portadora de um twist avassalador, o escrito de Jason Smilovic é um autêntico primor.
Pecará por alguma rigidez em determinados momentos, pelo segundo twist, perfeitamente inútil, e pela falta de exposição atribuída ao personagem de Stanley Tucci.

De referir ainda a dócil banda-sonora e a vertiginosa montagem, sempre muito importante em filmes do género para, por fim, avançarmos em direcção ao elenco de excepção.
Exceptuando Lucy Liu, apenas boa a espaços, e a interpretação indistinta de Bruce Willis, tão habituado a personagens do género, todo o restante elenco é excelente.
Josh Hartnett tem uma prestação por demais convincente, bastante descontraída e muitíssimo carismática, encaixando no papel como uma luva. Morgan Freeman, embora também ele no seu papel do costume, é capaz (embora com ajuda do argumento) de sobressair com classe. Stanley Tucci está muito bem e quanto a Ben Kinglsey, tem pura e simplesmente a melhor interpretação da fita.

Embora de lamentar o suspiro por mais, "Há Dias de Azar..." é um primoroso e profundamente viciante entretenimento.


"I bet it was that mouth that got you that nose. "

"
-I didn't think you were him, I thought he was you. And I was trying to tell him - you that they picked up the wrong guy.
-
The wrong guy for what?
-Whatever it is you wanna see me about.

-
Do you know what I wanna see you about?
-
No.
Then how do you know I got the wrong guy?
-
Because I'm not...
-
Maybe I want to give you $96,000. In that case do I still have the wrong guy?
-Do you wanna give me $96,000?
-No, do you wanna give me $96,000?
-
No, should I?
-
I don't know, should you?"

"-Yitzchok the Fairy.
-Why do they call him "the Fairy"?
-Because he's a fairy.
-What, he's got wings, he flies, he sprinkles magic dust all over the place?
-He's homosexual. "

"-You must be Mr. Fisher.
-Must I be? Because that hasn't been working out for me lately.
-But I'm afraid you must.
-Well if I must."


Read more

Aladdin



De todas as grandes obras que constituíram o auge da Walt Disney Pictures, a época conhecida como Disney Renaiscence e que teve lugar entre os anos de 1989 e 1999, "Aladdin" é a mais carismática.

Partindo uma vez mais de um conto literário já existente, neste caso uma das histórias de As Mil e Uma Noites, a Disney volta a presentear-nos com um tesouro animado de grande riqueza visual e com doses de entretenimento nunca antes vistas.
Fá-lo através de um argumento extremamente interessante, recheado de situações tão imaginativas quanto apelativas, e de um vasto leque de personagens secundárias verdadeiramente adoráveis.
Desde as mascotes, o hilariante e falador Iago e o hilariante e imperceptível Abu, passando pelo eloquente vilão Jafar até àquela que é, possivelmente, a melhor personagem de todo o universo Disney: o Génio. Todos contribuem para o ritmo imparável de "Aladdin" e deixam bem vincadas as suas naturezas.

Argumento este que se torna tão cativante, que consegue transpor uma cultura totalmente diferente da do seu público-alvo para o formato animado de forma muitíssimo bem sucedida, permitindo-lhe mesmo identificar-se com esta cultura tão (será assim tanto?) distante.
Apenas é de lamentar a (tradicional) vertente romântica que "Aladdin" possui, não só pela substituição de momentos de humor/adrenalina, pelos habituais excertos românticos e substancialmente mais aborrecidos, mas também pela falta de interesse transbordada pelos protagonistas, Aladdin e Jasmine.

Ron Clements e John Musker dirigem, porém, "Aladdin" de forma irrepreensível, ao acrescentarem à lindíssima tela visual que nos é oferecida, "pinceladas" digitais que, salvo raras excepções, produzem um efeito visual verdadeiramente avassalador. Destaque-se, por exemplo, toda a concepção da Cave of Wonders, desde a sua face até aos seus trepidantes labirintos interiores. Nota-se o olhar visionário da dupla de realizadores, e é o público quem mais beneficia com isso.

E se os realizadores tiveram o olhar visionário, Alan Menken-o mesmo compositor por detrás de "O Corcunda de Notre Dame" (crítica aqui)-teve certamente a audição visionária. Compondo uma banda-sonora verdadeiramente excitante, Menken ainda requisitou a colaboração de Tim Rice-o mesmo compositor por detrás de "O Rei Leão" (crítica aqui)- para a elaboração de alguns dos temas musicais mais divertidos e entusiasmantes da Disney.
Canções como a alegre "Friend Like Me" ou a misteriosa "Arabian Nights" são tão belas quanto poéticas (e claramente superiores á que venceu o Óscar na respectiva categoria, "A Whole New World").

Não saindo da vertente sonora, o que dizer do estrondoso desempenho vocal de Robin Williams? Falando, gritando, rindo, satirizando, cantando. O magnífico actor transpôs para o Génio todo o seu carisma e o resultado é indescrítivel. Que dedicação, que amor ao Cinema, que desempenho vocal tão extasiante.
Robin Williams prova o seu enorme talento, efectuando a melhor dobragem que já tive o prazer de escutar e transformando, assim, o Génio na melhor e mais divertida personagem desta Disney Renaiscence.
Refira-se que, pelo seu fabuloso trabalho, Robin Williams foi premiado com um Globo de Ouro honorário.

"Aladdin" é a obra da Disney que melhor representa o conceito de aventura. Deixemo-nos levar pela sua adrenalina e humor e, de preferência, a rirmo-nos ao som de Robin Williams.


"-You're a prisoner?
-It's all part and parcel, the whole "genie gig". Phenomenal cosmic powers!!! Itty-bitty living space..."

Read more

Hércules



De todas as grandes obras que constituíram o auge da Walt Disney Pictures, a época conhecida como Disney Renaiscence e que teve lugar entre os anos de 1989 e 1999, "Hércules" é a mais descontraída.

Não deixa de ser, aliás, extremamente curioso: um ano depois de ter alcançado os extremos do dramatismo com "O Corcunda de Notre Dame" (crítica aqui), a Disney decide redefinir o conceito de pura diversão com este "Hércules". A abordagem feita é quase a oposta, uma espécie de inversão de mentalidade que apenas pretende realçar a versatilidade dos estúdios de Walt Disney.

"Hércules" é leviano em todas as suas vertentes:
- Na espirituosa e vibrante banda-sonora a cargo, uma vez mais, de Alan Menken (quer nos egmentos musicais, quer nas fantásticas canções -destaquem-se belíssimos temas como "From Zero to Hero", o tripartido "Gospel Truth" e o nomeada para o Óscar de Melhor Canção Original "Go The Distance") ;
-Na refrescante tela cromática, repleta de cores leves e alegres;
-No próprio argumento, possuidor de uma série de personagens hilariantes desde o malogradamente hilariante Philoctetes, passando pelo carismático vilão Hades (provavelmente o mais divertido do universo Disney -característica algo desenquadrada, não?) até à própria relação entre os protagonistas, que é mais insólita do que propriamente divertida.

E aqui reside, simultâneamente, o maior trunfo e o maior erro de "Hércules". Toda esta descontracção é algo excessiva e pedia-se alguma seriedade que, quando de facto existe e tal como os apontamentos humorísticos de "O Corcunda de Notre Dame" (mais um elo de ligação entre ambos os filmes), parece deslocada do que até ali vimos.

Felizmente que a realização de Ron Clements e John Musker é, novamente e seguindo o exemplo do seu anterior trabalho em "Aladdin" (crítica aqui), extremamente dinâmica e visualmente arrebatadora. A dupla serve-se uma vez mais do complemento digital, agora para nos presentear com uma das melhores cenas animadas desta Disney Renaiscence: a épica luta de Hércules contra a Hydra. Verdadeiramente de cortar a respiração, uma cena de antologia e que permanecerá na história como uma das melhores da Disney.

Um destaque ainda para as dobragens, neste caso portuguesas, com os maiores elogios a serem entregues directamente ao actor Fernando Luís -um dos melhores nesta área, no nosso país- e ainda uma pequena curiosidade: com "Hércules", é a segunda vez que o actor José Raposo dobra um personagem anteriormente dobrado por Danny DeVito. A primeira foi em "Space Jam" (crítica aqui).

Com novos defeitos e novas qualidades, "Hércules" é, ainda assim, um marco na Disney Renaiscence e uma proposta animada irrecusável.

Read more

O Rei Leão




The King Has Returned

De todas a grandes obras que constituíram o auge da Walt Disney Pictures, a época conhecida como Disney Renaiscence e que teve lugar entre os anos de 1989 e 1999, "O Rei Leão" é... a melhor.

Que se calem todos aqueles que ousam duvidar da qualidade e importância do género animado, e que se ergam as vozes que enaltecem a verdadeira essência do filme de animação, presente de forma incontestável nesta suprema obra-prima animada que é "O Rei Leão".

A animação trata-se de um mero veículo que visa tornar "O Rei Leão" mais acessível às massas, tal é a essência divina que o define. Essência esta que suporta um arrepiante e tocante drama sobre as relações familiares -sobretudo o binómio pai/filho- que, por sua vez, é abençoado com a (brilhante) inserção na cultura africana, permitindo uma série de pormenores e referências verdadeiramente impagáveis.
Aqui ficam os dois aspectos que tornam "O Rei Leão" no melhor filme animado de sempre: um argumento com uma profundidade nunca antes (ou depois) vista, bem como um dos mais maravilhosos, e culturalmente e visualmente recompensadores contextos desejáveis.

Argumento este que se traduz, sobretudo, numa série de deliciosas e inesquecíveis personagens, como é o caso do portentoso vilão Scar (que portentoso desempenho vocal de Jeremy Irons, a propósito...) ou a brilhante dupla humorística Timon e Pumba.
A realização é igualmente majestosa, com o idealizar de uma variedade de cenas tão épicas quanto maravilhosas (a sequência inicial, a morte de Mufasa, o final).

E claro, toda a segurança é fornecida pelos excelsos estúdios Disney que, para além de uma estonteante animação (como sempre), se esforçam para nos oferecer a mais memorável banda-sonora já experienciada. E para isto, ao sempre fenomenal trabalho de Hans Zimmer, juntou-se a indispensável colaboração de Elton John. E o resultado é de um primor incrível: temas como Hakuna Matata, Circle of Life e, claro, Can You Feel the Love Tonight? perdurarão para sempre na mente do mais ávido cinéfilo.

Por tudo isto e muito mais, "O Rei Leão" não tem como não se assumir como o melhor filme animado de sempre.


O Rei regressou. E, agora, por fim, é para ficar.


"A king's time as ruler rises and falls like the sun. One day, Simba, the sun will set on my time here, and will rise with you as the new king."

"Well, as far as brains go, I got the lion's share. But, when it comes to brute strength... I'm afraid I'm at the shallow end of the gene pool."

"It is time."

"Run away Simba... Run away, and never return."


Read more

Dia de Treino/Os Simpsons- O Filme



Antoine Fuqua faz o que lhe compete: deixar brilhar o elenco e fazer esquecer um argumento que, apesar de interessante, se sustenta demasiado pela lei do acaso.

Assim, o elenco faz o filme. Os sempre bem Ethan Hawke, Cliff Curtis e Scott Glenn não desiludem, mas é sobre Denzel Washington que recaem todas as atenções. Que brilhante interpretação. Assombrosa. Rouba o filme para si e carrega-o às costas, justificando a toda a hora o Óscar de Melhor Actor que conquistou.

"Dia de Treino" é Denzel Washington. E só isso chega.




Não sou um admirador d'Os Simpsons. Nunca fui e muito menos o seria agora, numa altura em que a série atravessa uma decadência sem precedentes.

O filme acaba por espelhar a série: a primeira parte é bastante interessante, com ou outro momento de pura genialidade. A segunda é aborrecida e sem piada.

Para o legado da série e para o tempo que esteve a "marinar", esperava-se claramente um pouco mais.
No entanto, reitero: puro entretenimento.


Mas fica a questão: e para quando um filme de American Dad!?

Read more

Arma Mortífera



Enorme surpresa, eis não só um belo policial, mas sobretudo uma referência nos buddy-movies.

Embora com umas quantas...limitações, visíveis sobretudo em determinadas sequências que não envelheceram condignamente, "Arma Mortífera" é uma pérola disfarçada de filme de acção, com duas soberbas interpretações de Glover e principalmente de Mel Gibson.

Destaque para a requintada banda-sonora.


"I'm too old for this shit..."

Read more

Doom- Sobrevivência



Numa estação espacial no planeta Marte algo corre mal. Os cientistas morrem. É chamado um grupo de marines para ver o que se passa. Marines descobrem que o que eles pensavam que se passava não é na verdade o que se passa mesmo. Pelo meio? Tiros, monstros, zombies e etc. Mas tudo apenas para maiores de 12 anos!

Terror espacial sempre foi um conceito que me agradou muito, quer no campo no cinema, quer no campo dos videojogos.Desde o tempo em que jogava Alien Trilogy (na altura ainda era uma trilogia) na Sega Saturn, até aos dias de hoje em que consumo Dead Space na PS3.Adoro a saga Alien bem como o primeiro "Predador". E apesar de claramente inferiores, acabo por não detestar outros títulos mais fracos como "Alien vs Predador 2".
Ora "Doom- Sobrevivência" vem inserir-se claramente neste meio. Trata-se da adaptação cinematográica do jogo Doom, a primeira experiência de First Person Shooter no mundo dos videojogos (curiosamente a estrear também na Sega Saturn).

No entanto, "Doom- Sobrevivência" é um filmezito sofrível e muito pouco profissional, que apenas poderá entreter com o cérebro bem desligado. O conceito de terror espacial passa a tiroteio espacial (devido à classificação para M/12, não há gore, violência ou suspense), os efeitos especiais são rascas, a realização é péssima e o elenco é pobre, inexperiente e em piloto automático.
E tudo isto banhado numa overdose de clichés que chega a ser ridícula (como exemplo temos o grupo de marines, onde há espaço para todos os estereótipos, desde O Tarado, passando pelo Fanático Religioso até ao Novato).

Salva-se The Rock que apesar de ter mais carisma do que talento arranca alguns bons momentos, e a cena FPS que impressiona mais pela inovação do que pela qualidade.

E um parágrafo ainda para a colossal banda-sonora de Clint Mansell, que sustenta muitas cenas-chave do filme, triunfando pela diferença e beleza. O final, por exemplo, é muitíssimo bem conseguido graças a este aspecto fulcral

Se encarado como entretenimento, "Doom- Sobrevivência" está dentro dos limites do aceitável. Fora isso, esqueçam.


"Semper fi, motherfucker."

Read more

A Praia



Esta análise contém SPOILERS.

Richard (Leonardo DiCaprio) é um jovem sem família nem nada que o prenda a lugar algum. Limita-se a viajar pelo mundo e, enquanto se encontrava na Tailândia, Richard conhece um estranho indivíduo que lhe irá fornecer o mapa para uma ilha secreta.

Desde uma idade muito tenra (tenra demais), que "A Praia" me suscitava uma curiosidade fora do comum. Curiosidade esta que, ora presenteada com mais ou menos protagonismo, acabaria finalmente por ser saciada hoje mesmo, provavelmente uns dez anos depois de ter travado conhecimento com a obra de Danny Boyle.

"A Praia" começa bem. Mostra-nos um DiCaprio viajado, num ambiente à "Blade Runner". A seguir, fica ainda melhor, ao presentear-nos com uma fotografia marcante, consequência do valor paisagistico inerente à praia que dá título ao filme. Somos confrontados com a existência de um céu na Terra, uma comunidade amigável recebe de braços abertos os nossos três aventureiros (Richard une-se a um casal de franceses), e tudo parece correr pelo melhor.
É nesta fase em que pensamos o quão sortudo foi Leonardo DiCaprio em conseguir ser pago para disfrutar do sol, do mar e das mulheres daquele lugar. É também nesta fase em que, para tentar tornar o filme minimamente interessante (porque até aqui apenas era agradável), o argumento tenta arranjar uma ou outra problemática.
O que consegue, no entanto, é arranjar uma mão-cheia de problemáticas, descabidas, desinteressantes, e, total ou parcialmente, ignoradas até ao final.
Até aqui, estávamos mal. No entanto, é no último terço do filme que Danny Boyle dá "o" tiro no pé: de um momento para o outro, e sem explicação lógica ou razão aparente, "A Praia" assume um carácter completamente surrealista. São momentos alucinantes, aqueles em que acompanhamos a psicose doentia de DiCaprio, que vai desde exilado, a marine, sendo mesmo personagem de um videojogo (não questionem, que as respostas não existem...).
Depois, de um momento para o outro, tudo acaba. DiCaprio recupera a sanidade mental tão depressa e inexplicavelmente como a perdeu. Dá-se o climáx pseudo-dramático e o filme acaba, exactamente como começou.

Ora esta divagação toda para concluir o quê? Que "A Praia" é uma fita que se aguenta, apenas e só, graças à sua fenomenal fotografia, que Danny Boyle capta de forma exemplar.
De resto, "A Praia" é uma decepção, um filme medíocre. O argumento é fraquíssimo, sem nexo e ritmo, e com buracos enormes.

A nível de elenco, Leonardo DiCpario, tirando um ou outro espasmo, é sofrível e transpira inexperiência. A má direcção parece ser também a causa, uma vez que o restante elenco está igualmente mal.

E assim se matou uma curiosidade antiga. Menos um filme para ver, mais uma decepção.


"Paradise it's not a place, it's a moment. And, when you find it, it last forever."

Read more

Um Peixe Chamado Wanda/Terminal de Aeroporto


Falta de contenção: o eterno problema que sempre assombrou os Monty Phyton, cuja natureza domina, obviamente (ou não fossem dois dos protagonistas do filme, membros do grupo britânico), este "Um Peixe Chamado Wanda".

E, tal como seria de esperar, também a falta de contenção marca a fita, com a ténue linha entre a comédia e a estupidez a ser quebrada, por mais do que uma vez.

Kevin Kline está bem no seu estranho papel. Óscar? Não me parece.
Não o mereciam, muito mais, John Cleese e Jamie Lee Curtis?

E fica uma outra questão: qual a relevância do peixe, de nome Wanda, para a história?





Um feel-good movie, sem sombra de dúvida e que, quanto a mim, nos dá a melhor interpretação da carreira de Tom Hanks.
Aliás, de um modo geral e com excepção de Catherine Zeta-Jones, todo o elenco está acima da média.

Steven Spielberg faz o que quer daquele aeroporto, e só um mestre na sua arte obteria momentos tão bem conseguidos como os que vi.
É mesmo o argumento que deita tudo a perder, sobretudo a credibilidade do filme.
Vilões, interesses amorosos, histórias secundárias e a metamorfose da personagem principal, de homem prestável e simpático num autêntico autista.
Não era preciso tanto.

Fosse "Terminal de Aeroporto" uma curta-metragem e quem sabe...

Read more

E no Facebook...

...já podes ler a mais recente crítica do Cinemajb ao filme "Django Libertado", de Quentin Tarantino.

Encontra-a aqui, juntamente com muitas outras!
Read more
Related Posts with Thumbnails